Especialistas fazem previsão: qual será o maior desafio ambiental da Terra nos próximos 25 anos?

  • 20/11/2025
(Foto: Reprodução)
Ainda dá tempo de mudar o rumo do clima no planeta O que as previsões apontam para os próximos 25 anos na Terra? O g1 ouviu mais de 30 especialistas de referência mundial, ambientalistas e personalidades com voz ativa no debate climático para saber o que podemos esperar. O que eles dizem é que este período do futuro do planeta será marcado por extremos climáticos cada vez mais severos. ➡️ Esse material faz parte de um especial do g1 para a COP30, a conferência do Clima da ONU, que esse ano acontece no Brasil. Veja as respostas abaixo. ‘No fio da navalha’ O ano de 2050 se tornou um símbolo da corrida climática. É o horizonte das metas globais de neutralidade de carbono, mas também o ponto em que, sem cortes drásticos nas emissões, o planeta pode ultrapassar o limite de 2 °C de aquecimento médio global – considerado o limite seguro para a humanidade. ➡️ Esse prazo não é novo: ele é citado há pelo menos duas décadas por cientistas do clima e serve como referência para os acordos globais de redução de emissões. A questão é que o mundo avançou sobre essa meta e, em vez de reduzir, as emissões seguem aumentando. E o que antes parecia distante agora é uma realidade próxima. Os reflexos dessa crise já são visíveis: as enchentes no Rio Grande do Sul; a pior seca já registrada na Amazônia em 2024; os incêndios devastadores na Califórnia causados pela seca; e a temporada de furacões mais intensa dos últimos anos nos Estados Unidos; a mudança drástica do ciclo de chuva que fez crescer vegetação no Saara. E esses são só alguns dos extremos que o mundo vem experimentando. O que os especialistas ouvidos pelo g1 acreditam é que estamos “no fio da navalha” e que o futuro do planeta é o de uma Terra com tempestades, secas, enchentes, furacões e ondas de calor mais intensas e frequentes. Entre os entrevistados estão nomes de destaque da ciência e da defesa do meio ambiente, como: Johan Rockström (Suécia) e Rashid Sumaila (Nigéria), vencedores do Tyler Prize, o “Oscar do Meio Ambiente”; William Magnusson (Austrália), que já integrou a lista dos 100 mil cientistas mais influentes do mundo; Laurent Lebreton (Nova Zelândia), pesquisador da Ocean Cleanup, projeto global que busca retirar plásticos dos oceanos; Maria Fernanda Lemos (Brasil), especialista em adaptação às mudanças climáticas e coautora de relatórios do IPCC, o Painel Intergovernamental da ONU sobre Mudanças Climáticas. Veja abaixo o que eles disseram: Quero que as pessoas saibam que o nosso clima está realmente no fio da navalha – estamos levando a Terra ao limite da sua resiliência – mas que o resultado não depende do acaso, e sim de uma escolha. O que fizermos nos próximos anos vai definir o caminho. O fracasso não é inevitável. As pessoas que estão conscientes dos enormes desafios que a humanidade enfrenta precisam encontrar uma maneira de fazer com que aqueles que estão inconscientes se tornem conscientes. Cada vez mais pessoas estão cientes de que a crise é real e que vem sendo sentida. Água e calor: as faces da mesma crise Logo atrás dos eventos extremos, os especialistas apontaram a escassez de água como a segunda maior ameaça. Reservatórios baixos, rios sob pressão e estiagens prolongadas comprometem a vida humana. Não só porque pode não haver água para beber ou para a higiene básica, o que também é um risco à saúde. Mas também pela pressão por alimentos. ➡️ A humanidade vem expandindo e isso vai aumentar a demanda por alimentos. Sem água, não há como gerar abastecimento suficiente. A terceira grande preocupação é o calor extremo, que está diretamente ligado à falta de água: quanto mais quente, menos umidade se mantém na superfície da Terra. O calor também traz impactos diretos sobre a saúde, o trabalho e a produção de alimentos. Tudo isso, coloca em risco a sociedade. Países tropicais, como o Brasil, tendem a sentir esses efeitos com mais intensidade. Em um clima que já é naturalmente quente, qualquer acréscimo de temperatura agrava riscos de desidratação, pressão alta, doenças respiratórias e mortes prematuras, especialmente entre crianças e idosos. Não ceder ao ceticismo Para os especialistas, há uma urgência uníssona: o mundo precisa agir agora para evitar que o futuro se transforme em uma sucessão de crises. No entanto, ainda há esperança. Para isso, eles pontuam que é necessária uma ação conjunta da sociedade e empresas para pressionar por políticas de proteção e adaptação para enfrentar os extremos. Sou uma otimista com algum ceticismo. Preciso acreditar que ainda há tempo para mudar e fazer diferente, porque do contrário a gente se paralisa, estaciona, entrega os pontos e desiste. Creio que ainda podemos dar uma guinada radical no plano macro, mas tenho ciência de que esta é a parte mais difícil, porque precisamos de união para pressionar os tomadores de decisão, muitos deles trabalhando não a nosso favor, mas de grandes corporações regidas pelo lucro. Minha esperança é que, por meio de ação contínua, pressão pública e reconhecimento do nosso futuro compartilhado, as nações desenvolvidas acelerem seus compromissos com o financiamento climático e com perdas e danos (...) Estou otimista de que enfrentar a crise climática é possível. *Colaboraram: Júlia Carvalho, Roberto Peixoto e Talyta Vespa.

FONTE: https://g1.globo.com/meio-ambiente/noticia/2025/11/20/especialistas-fazem-previsao-qual-sera-o-maior-desafio-ambiental-da-terra-nos-proximos-25-anos.ghtml


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